
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A Justiça Federal aceitou a denúncia contra um morador de Porto Alegre, de 39 anos, acusado de fomentar organizações criminosas em ambientes virtuais, praticar preconceito na internet e cometer atos preparatórios de terrorismo. Publicada na sexta-feira (28), a decisão da 7ª Vara Federal de Porto Alegre é um desdobramento do indiciamento divulgado pelo colunista Humberto Trezzi em 21 de março.
De acordo com a Justiça Federal, o Ministério Público Federal (MPF) relatou que, em pelo menos três ocasiões, o acusado promoveu o grupo terrorista Al-Qaeda em uma rede social. Em outros dois episódios, o homem fez apologia a uma organização terrorista autodenominada Estado Islâmico (EI).
Além disso, em outra data, o indiciado praticou e incitou discriminação e preconceito étnico e religioso, veiculando conteúdo antissemita. Em outra ocasião, teria cometido atos preparatórios de terrorismo.
Arsenal de armas apreendido
Durante a execução dos mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal (PF) encontrou, em posse do acusado, uma mochila contendo nove facas, um soco inglês e um simulacro de arma de fogo do tipo airsoft. Em sua residência, os agentes localizaram ainda um grande arsenal de armas brancas — incluindo facas, machadinhas, réplicas de armas de fogo, armas de pressão, soqueiras, bastões e porretes —, além de bandeiras e livros com conteúdo antissemita.
No material apreendido, foram identificados arquivos de cunho extremista, propaganda de organizações terroristas e registros que demonstram seu interesse em obter informações sobre o regime jurídico do crime de terrorismo e técnicas de investigação policial. Em sua decisão, o MPF sustentou que o acusado estava se preparando para a realização de atentados, tanto no Brasil quanto no exterior.
Ao analisar a denúncia, o juiz destacou que há indícios razoáveis de materialidade e autoria dos crimes, mantendo, por isso, a prisão preventiva do réu. A decisão cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).