O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Pela primeira vez em 2025, Eduardo Leite reuniu o secretariado na manhã desta quarta-feira (22), na sede da Procergs, para alinhamento de expectativas para o ano. Leite traçou as principais estratégias do Estado, com foco no desenvolvimento de ações do Plano Rio Grande, e definiu o tom da comunicação para todo o governo estadual.
O plano foi definido pelo governador como uma bússola para o trabalho de todas as pastas. Com o mote do fortalecimento, o governo do Estado busca concluir os trabalhos de reconstrução do Estado e focar no RS do futuro.
— O Rio Grande do Sul não precisa apenas se reconstruir, mas se fortalecer. O Plano Rio Grande é o nosso guia para construir um Estado mais resiliente e preparado para o futuro — definiu Leite.
De acordo com o secretário de Comunicação, Caio Tomazeli, o plano de trabalho definido por Leite gira em torno da economia do Estado. A expectativa é obter maior nível de crescimento no RS, atendendo às demandas de investimentos e já projetando entregar bons resultados à próxima gestão, que assume em 2027.
— São iniciativas para o Plano Rio Grande do futuro, para o Estado ter capacidade não só de fazer investimentos, mas que possa continuar nos próximos governos. A ideia é preparar e entregar para o próximo governador um Estado com maior capacidade de prestação de serviço, qualidade e crescimento.
Na metade do seu segundo mandato, Leite não poderá disputar a reeleição em 2026, e já mira um espaço no Senado ou, preferencialmente, na Presidência da República. O favorito para disputar a continuidade da atual gestão é o vice, Gabriel Souza (MDB), também presente ao encontro e alinhado ao planejamento apresentado.
Em clima de pré-campanha, Leite travou embates com o governo federal nos últimos dias, após vetos do presidente Lula ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Enquanto o governo do Estado argumentou que teria que pagar R$ 5 bilhões para acessar melhores condições de pagamento da dívida, com duras críticas de Leite à Lula, a União garantiu que essa interpretação era equivocada, levando o presidente a chamar governadores de "ingratos".
A forma como o governador gaúcho se posicionou neste caso é compreendido como a linha de comunicação do governo do Estado a partir de agora. No entendimento do alto escalão do Piratini, é necessário defender os interesses do RS.
O encontro desta quarta pode ter sido a última reunião do atual secretariado. Isso porque uma reforma no primeiro escalão está prevista para fevereiro, quando Leite deve agregar ex-prefeitos, como os tucanos Paula Mascarenhas (Pelotas) e Jorge Pozzobom (Santa Maria), no governo. As mudanças, entretanto, não entraram na pauta.