O jornalista Fábio Schaffner colabora com a jornalista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Começa a ganhar forma a primeira vinda do presidente Lula ao Rio Grande do Sul neste terceiro mandato. A data preliminar, 16 de junho, deve ser descartada. Na ocasião, está prevista a realização da etapa regional das discussões do Plano Plurianual (PPA) Participativo. Lula esteve na primeira edição, na Bahia, mas não está no horizonte do Planalto fazer dessa agenda um roteiro pelo país.
Ainda assim, o objetivo é trazer Lula ao Estado ainda no mês que vem. A primeira reunião preparatória ocorreu na quinta-feira, no Palácio do Planalto. Como o presidente estava na reunião do G7, no Japão, nenhuma decisão é definitiva. Foi discutido um roteiro inicial, cuja formatação precisa do aval final do próprio Lula.
Por enquanto, cogitou-se uma visita ao Grupo Hospitalar Conceição, a obras rodoviárias e uma reunião com o setor produtivo. No Conceição, a intenção seria inaugurar alguma ala ou serviço. Uma das possibilidades seria o Centro de Oncologia, obra de sete pavimentos e 94 leitos que ampliará os serviços de radioterapia pelo SUS no Estado. Contudo, as obras estão atrasadas e a previsão de inauguração é junho de 2024.
Lula também deve visitar as obras da BR-116, na ponte sobre o Rio dos Sinos e o viaduto da Scharlau, que conta com R$ 170 milhões no orçamento de 2023. Durante a visita, Lula deve reafirmar o anúncio da continuidade da BR-448 até Portão, cuja inclusão no novo PAC será formalizada no final de maio. A obra custa R$ 1,67 bilhão e está na elaboração dos projetos de engenharia.
A despeito da visibilidade das agendas públicas, o compromisso mais simbólico de Lula será o encontro com líderes do setor produtivo. Ciente do apoio explícito das federações gaúchas a Jair Bolsonaro, Lula quer se reaproximar do empresariado, reafirmando o trinômio que passou a campanha inteira repetindo: previsibilidade, estabilidade e credibilidade. O petista deve acenar também com investimentos públicos e reforçar a necessidade de queda nos juros. Já houve duas reuniões preliminares de emissários do presidente com o setor e a ideia é reunir um quórum expressivo de grandes empresários, a começar pela direção da Marcopolo, cujas relações com Lula sempre foram para lá de cordiais.
