O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Prejudicados pela polarização protagonizada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na eleição deste ano, os partidos que apoiaram a candidatura presidencial de Simone Tebet (MDB) vão negociar a formação de uma federação para atuar em conjunto no Congresso. Com o movimento, as legendas do chamado "centro democrático" pretendem manter algum protagonismo no cenário nacional e, ao mesmo tempo, fortalecer suas candidaturas nas eleições de 2024 e 2026.
Desde o primeiro semestre, PSDB e Cidadania, que elegeram 18 deputados, já estão federados. A principal adesão ao grupo seria do MDB de Simone, que conquistou 42 cadeiras na Câmara. O Podemos, que fez 12 deputados, também deve entrar nas negociações, mas a aderência pode ser dificultada pela ala bolsonarista da legenda.
No formato de federação, os partidos precisam atuar conjuntamente no Legislativo, mas mantêm a autonomia interna.
Simone é cotada para assumir um ministério no novo governo federal, mas isso não levaria automaticamente o grupo para a base de Lula, com quem possui divergências programáticas. A tendência, no entanto, é de que tope negociar com o Palácio do Planalto de acordo com os temas pautados.
— Precisamos ser fiadores desse governo, que será de um mandato só - disse Simone a um aliado, na terça-feira (1º).
Entusiasta da unidade dos partidos da chamada terceira via, o governador reeleito no Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tem dito que seu partido deve colaborar com a estabilidade do país, sem necessariamente aderir ao governo Lula.
Na próxima semana, Leite vai viajar a Brasília para conversar com correligionários a respeito do futuro do PSDB.