Quais são as chances de o superpedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro prosperar e ele se tornar o terceiro presidente afastado em trinta anos? Depende das ruas. Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não demonstra intenção de acolher o pedido. Os signatários sabem que fizeram um movimento político para despertar o "monstro das ruas", a opinião pública.
O pedido coletivo, com 46 assinaturas, uniu políticos de esquerda, centro e direita e foi protocolado nesta quarta-feira (30) na Câmara. Entre os autores, também há juristas, professores e líderes de movimentos sociais.
Como ensinou o saudoso Ibsen Pinheiro, em 1992, "o que o povo quer, esta Casa (a Câmara) acaba querendo". Quando tudo começou, a Casa não queria o impeachment de Collor, mas o ronco das ruas fez com que o pedido fosse aprovado por um placar impensável 15 dias antes: 441 votos a favor (eram necessários 336), 38 contra, 23 ausências e uma abstenção.
Por ora, Bolsonaro está desgastado, os protestos mostraram força, mas a Câmara não tem votos para aprovar o impeachment. Não enquanto o centrão continuar ao lado do presidente. Lira não é Eduardo Cunha, que resolveu se vingar de Dilma porque se considerou traído pelo PT. O destino de Bolsonaro depende mesmo do avanço das investigações sobre corrupção no governo.
Hoje, o superpedido de impeachment é candidato a se juntar aos outros mais de cem na gaveta, porque o presidente da Câmara é senhor do raio e do trovão e decide se aceita ou não abrir o processo.
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