Eleito presidente do Tribunal de Justiça para o biênio 2020/2021, o desembargador Voltaire de Lima Moraes está decidido a trabalhar para melhorar as relações institucionais e reduzir os atritos com os poderes Executivo e Legislativo.
— Só vou para o embate quando não tiver mais saída pelo diálogo. Não se justifica os chefes de poder estarem constantemente em atrito. Em um Estado politizado como o nosso, o conflito não pode ser a regra – disse Voltaire à coluna.
Primeiro cachoeirense a assumir o comando do TJ, Voltaire teve 76 votos contra 56 dados à desembargadora Denise de Oliveira César.
O desembargador é também o primeiro presidente originário do Ministério Público, instituição que chefiou por dois mandatos. Na relação com os ex-governadores Alceu Collares e Antônio Britto, teve a oportunidade de exercitar o diálogo que considera essencial para a harmonia entre os poderes. Assim que tomar posse, Voltaire pretende organizar um fórum de interlocução com a sociedade:
— Sou de uma família de políticos, filiados a diferentes partidos. Nunca me filiei, mas aprendi a administrar as divergências. Quero sentar com os chefes dos outros poderes e instituições para discutirmos pautas comuns de interesse do Estado.
O apreço pelo diálogo vem também dos quase 35 anos como professor universitário. Para se dedicar integralmente à presidência do TJ, o desembargador se licenciou da Escola de Direito da PUCRS.
Defensor da liberdade de imprensa, Voltaire promete uma gestão transparente e planeja reeditar os encontros que promovia quando presidiu o Conselho de Comunicação Social do Tribunal de Justiça. Sua principal meta é a celeridade:
— As pessoas têm de ter a resposta mais rápida e justa possível. O problema é que o excesso de recursos previstos na nossa legislação acaba tornando a Justiça lenta.
Nas conversas com deputados federais e senadores, o futuro presidente do TJ pretende oferecer sugestões de alterações na legislação para reduzir o cipoal de recursos que acabam por atrasar a tramitação dos processos.
Aliás
Diante do elevado número de pedidos de aposentadoria, o novo presidente do TJ pretende realizar um estudo das necessidades de juízes e servidores, levando em conta a crescente digitalização.