O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Governo do Estado e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) avançaram em dois projetos envolvendo o sistema de proteção contra cheias do Rio Grande do Sul. Em reunião na tarde desta sexta-feira (7), no Rio de Janeiro, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, e o governador Eduardo Leite assinaram acordo para estruturar um plano estratégico de resiliência climática de médio e longo prazo.
O acordo de cooperação técnica garante que o BNDES fará o planejamento do projeto RioS (Resiliência, Inovação e Obras para o Futuro do RS), atuando como um prestador de serviços ao governo do Estado. O banco será como um gerente do projeto, auxiliando com apoio técnico, expertise e contratação das consultorias.
Segundo o secretário da Reconstrução em exercício, Gabriel Fajardo, a ideia do Piratini com o RioS é repensar a governança da região hidrográfica do Guaíba, além de formular anteprojetos do sistema de contenção além dos que já estão em andamento. Ainda de acordo com Fajardo, este é o maior projeto de engenharia que o BNDES já estruturou na sua história.
— Assinado o acordo com o BNDES, vamos fazer a contratação de consultorias em até dois meses, com R$ 30 milhões do Funrigs (Fundo do Plano Rio Grande). Com as consultorias contratadas, eu tenho o prazo para elaborar os projetos de 18 meses. É um projeto de longo prazo, mais estruturante e que deve passar por governos, não só um, porque de fato repensa o Rio Grande do Sul em relação a gestão de águas e dos sistemas de proteção.
Fajardo explica também que o acordo firmado com o BNDES não garante que o banco aportará financiamentos para os projetos que serão elaborados no RioS. A fonte dos recursos será alinhavada em uma nova etapa, quando forem lançados os processos licitatórios, o que deve ocorrer somente com os projetos concluídos.
Na reunião, Leite também alinhou com Mercadante o suporte do banco para a implantação de dois centros de apoio para atendimento de crises. O BNDES foi contratado pelo Estado para estruturar um fundo de investimento imobiliário, com objetivo de melhorar a eficiência de imóveis públicos com pouca utilização.
Nesta sexta, um aditivo foi assinado que destinará até 20% da área do Centro Administrativo Engenheiro Noé de Mello Freitas (CAENMF), antiga sede da CEEE, para a instalação do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres e do Centro Estadual de Logística Humanitária. O BNDES vai fornecer suporte técnico na elaboração do anteprojeto de engenharia e arquitetura e o Estado conduzirá o processo licitatório.
— Vamos ter um centro integrado com toda a Defesa Civil, serviços de segurança, com acesso aos equipamentos de monitoramento do Estado, incluindo os novos radares, por exemplo, que adquirimos. É nesse centro que o Estado vai coordenar as ações. Vamos finalizar o projeto em março e licitar até o final do primeiro semestre, com previsão de iniciar a construção, reforma na verdade, no primeiro semestre de 2026 — explica Fajardo.