![Ricardo Duarte, Inter / Divulgação Ricardo Duarte, Inter / Divulgação](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/0/1/6/9/3/1/5_2ef6a11cd7b5f77/5139610_2c8666f7162700a.jpg?w=700)
A maior atração do Inter para o Gre-Nal 444 é uma das pessoas que mais conhecem o duelo por dentro. Mas quase sempre pelo outro lado. Pela primeira vez, Roger Machado entrará no clássico pelo vestiário visitante na casa tricolor. Estarão nele muitas câmeras no jogo das 21h, pela sexta rodada da primeira fase do Gauchão.
Roger tem 34 Gre-Nais na vida. Como treinador, são 12 clássicos. Onze pelo Grêmio. Duas goleadas, inclusive uma por 5 a 0, a maior da Era Moderna. Pelo Inter, venceu o do ano passado, o mais recente, por 1 a 0.
Nesse jogo, viralizou uma imagem sua comemorando o resultado (o que, convenhamos, é completamente normal na vida profissional de um treinador). Tricolores ficaram indignados (o que, convenhamos, é completamente normal na vida passional de um torcedor).
![Jefferson Botega / Agencia RBS Jefferson Botega / Agencia RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/9/2/2/2/5/0/5_5711723100ade9f/5052229_ed7e52a4d26c902.jpg?w=700)
O problema é que virou o fio. A Calçada da Fama do Grêmio foi invadida e a homenagem a Roger, vandalizada. Até agora, a investigação não apontou culpados. O lateral multicampeão e técnico dono da maior goleada recente em Gre-Nal teve sua idolatria rejeitada. Ou, no mínimo, questionada.
Gaúcho de Porto Alegre, mais de 30 anos no futebol, a maior parte deles na Capital, Roger sabe que o Gre-Nal muda vidas. Ele mesmo foi exemplo disso. Seu crepúsculo como jogador no Grêmio foi perder um clássico em que Diego, dos gêmeos Diego e Diogo, foi o melhor em campo correndo por seu lado. Por isso, entende a expectativa.
— Não é uma semana igual as outras, a ansiedade é diferente, mas ela é boa, faz você estar mais atento aos detalhes. Esse clássico está movimentando muito as emoções do ambiente externo e a gente tem que saber controlar isso — disse, na entrevista coletiva após a vitória sobre o Brasil de Pelotas por 3 a 0, na quarta-feira.
Nesse mesmo encontro com os repórteres, foi perguntado sobre o tipo de ambiente que espera encontrar na casa tricolor. Deu resposta condizente com sua maturidade e a repercussão que pode gerar uma palavra mal lançada. Mesmo que não acredite totalmente no que disse, foi ponderado:
— Sinceramente, meu foco não estará na recepção que eu vou ter na Arena. Espero ser bem recebido, sim. Não imagino algo diferente. Mas, quando a rivalidade entra em campo, a gente sabe como as emoções acontecem.
O técnico sabe que será vaiado. Como foram vaiados outros tantos ex que visitaram a Arena. Especialmente pelas cores que defende agora. Faz parte da profissão. Seu trabalho será evitar que isso o abale. Uma das armas é o mistério.
Essa palavra foi usada por ele mesmo quando falou sobre a posição em aberto no time. A ponta direita ainda não tem dono. Os sinais da coletiva apontam para Wanderson, que, usando a expressão de Roger, "foi sacrificado a trocar de lado" até agora.
E poderia repetir no Gre-Nal. Vitinho, que é original desse lado, corre por fora. E ainda tem Carbonero, que tem sido, individualmente, o melhor dos três, mas sua entrada pode implicar em mexer em Wesley. Sem contar Bruno Tabata, que não jogou em 2025 porque estava lesionado, e só voltou a treinar agora.
— Vai ficar como mistério típico do Gre-Nal.
Um novo assunto é sempre importante para evitar que se aborde tanto seu reencontro com a torcida do Grêmio no local onde escreveu uma página importante da história do clássico.
A esperança colorada, agora, é de abrir um novo capítulo. Desta vez em vermelho.