Parece incrível que depois de nove meses de atraso no pagamento dos salários dos servidores do Executivo, boa parte da população do Rio Grande do Sul ainda não tenha se convencido de que o Estado chegou ao fundo do poço. Cada um quer preservar as suas "conquistas" – ou feudos, privilégios, benefícios e direitos adquiridos de forma legítima ou ilegítima. Como a arrecadação não cresce na proporção das necessidades e foi seriamente afetada pela recessão, a conta não fecha. No puxa e estica, quem pode mais chora menos. E a maioria da população, que deveria receber serviços públicos de qualidade como contrapartida aos impostos que paga, assiste à progressiva descida rumo ao abismo, sem perspectiva de recuperação no curto e médio prazos.
Refém das corporações
Quero o meu, e que se dane o mundo
O agravamento da crise não foi suficiente para convencer os gaúchos de que o Estado chegou ao fundo do poço e que alguma coisa precisa ser feita