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Deslocar populações, de forma forçada, consiste em crime de guerra previsto no artigo 49 da 4ª Convenção de Genebra. Logo, assim deve ser tratada a estapafúrdia ideia de Donald Trump de retirar todos os 2 milhões de palestinos para fora da Faixa de Gaza. Trump, que tem o hábito de alardear soluções simplistas para complexos problemas da geopolítica, indicou que essas pessoas poderiam ir para o Egito ou a Jordânia - para os Estados Unidos, por certo, não irão.
O presidente americano está sugerindo para Gaza o mesmo que Vladimir Putin é acusado de fazer na Ucrânia ou que Slobodan Milosevic implementou nos Bálcãs. O século 20 foi pródigo desses indivíduos.
Ao sugerir a remoção de todos os palestinos e transformar Gaza em uma "riviera" - não duvide, com uma reluzente Trump Tower bem no centro dos escombros -, o presidente americano pode implodir o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
O tratado vigente está longe do ideal, mas, mesmo que a conta-gotas, tem trazido reféns de volta para casa. Sua ideia sem pé nem cabeça vem a tona em um dos momentos mais sensíveis do acordo: no começo da definição dos termos das segunda e terceira fases, que versam sobre o futuro de Gaza e a paz duradoura.
As armas só se calarão no Oriente Médio com a coexistência pacífica entre dois Estados autônomos e soberanos, Israel e Palestina. Mas isso não parece passar pela mente aleatória de Trump.