O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE-SN) divulgou, na quarta-feira (15), uma carta à sociedade brasileira e à comunidade científica em que afirma defender o IBGE diante da criação de uma fundação de direito privado dentro do órgão.
Trata-se da Fundação IBGE+, uma instituição de caráter público-privado, ou seja, que dá a oportunidade de o órgão receber dinheiro de empresas particulares para realizar pesquisas (veja a carta completa no fim da coluna).
Conforme o sindicato, a criação da fundação "abre um flanco perigoso e sem precedentes para a interferência de interesses privados".
O ASSIBGE-SN também cita que a atual gestão não dialogou com a entidade antes da criação da fundação. Os servidores defendem que a produção de informações seja considerada atividades típicas de Estado.
A entidade cita que a atual gestão de Marcio Pochmann — que é gaúcho — realizou duas etapas de "diálogos" com o trabalhadores, em 2023 e 2024, e não discutiu a criação da entidade "paralela".
Descontentes, Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, respectivamente, diretora e diretor-adjunto de Pesquisas Econômicas, pediram demissão. Segundo o sindicato, há chance de mais baixas no quadro de servidores.
Em nota publicada na quarta-feira (15) no site oficial o IBGE afirma que: "são condenáveis os ataques de servidores e ex-servidores, instituições sindicais, entre outros, que têm espaço na internet e em veículos de comunicação para divulgar mentiras sobre o próprio IBGE".
Diante da alegação do ASSIBGE-SN de que não houve discussão sobre a criação do IBGE+, o órgão afirma que foram feitos os debates com conselhos e diretores sobre a criação. Além disso, citam que a nova entidade é alvo de forte campanha de desinformação.
Veja a carta do ASSIBGE-SN.