O nome de André Corrêa do Lago, nomeado presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, foi bem recebido por entidades ambientais brasileiras.
O embaixador, que ocupa o cargo de secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores desde março de 2023, foi o chefe da delegação brasileira na COP29, em Baku, e é o negociador-chefe da diplomacia brasileira em questões ambientais.
A coordenação do Observatório do Clima, principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, recebeu com satisfação a nomeação de Corrêa do Lago para a presidência da COP30 e da secretária de Mudança do Clima, Ana Toni, para a diretoria executiva da Conferência. Conforme a nota publicada, "Dificilmente haveria uma dupla com mais estatura para desempenhar a missão".
— O OC está ansioso para trabalhar com o embaixador André Corrêa do Lago pelo sucesso da COP30, com o entendimento de que os papéis de governo e sociedade civil não se confundem. Desejamos sorte e coragem à equipe da presidência — disse a nota.
O Instituto Clima e Sociedade celebrou a nomeação e afirmou que confia na habilidade de articulação do presidente para superar os desafios da agenda em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono.
— Acreditamos que, com a excelência que a diplomacia brasileira transita no contexto global, iremos, todos, vencer os desafios de alinhar os compromissos de países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação ao financiamento climático, garantir que as metas de redução de emissões sejam compatíveis com a ciência climática e lidar com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis — disse a publicação.
A Diretora Executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, disse em nota que as últimas presidências das COPs a maioria dos líderes estavam alinhados a empresas de petróleo e gás. Já a nomeação de Corrêa do Lago é recebida com bons olhos.
— Corrêa do Lago terá uma grande responsabilidade pela frente: em um mundo polarizado, com os Estados Unidos – o segundo maior emissor do mundo de gases do efeito estufa – deixando o Acordo de Paris, enquanto vemos os eventos extremos se intensificarem, será necessária muita habilidade para que avanços cruciais aconteçam. O maior desafio da Presidência da COP30 sem dúvida será imprimir a urgência necessária a um processo que encontrará, no cenário político, sinais invertidos — afirmou.
O WWF-Brasil pontuou, em nota, que o embaixador tem o desafio de promover espaço de diálogo e aumentar ambição dos países no enfretamento à crise climática.
— O WWF-Brasil espera que a COP30 garanta ações de mitigação que respondam à urgência da crise climática. Além disso, uma presidência forte da COP30 precisa trabalhar para garantir recursos para o financiamento climático, considerando os desafios de adaptação e de perdas e danos enfrentados por países ilha e os menos desenvolvidos. Entre outros desafios, a COP30 precisará também equacionar a Rota Baku-Belém para o financiamento climático — enfatizou a entidade.