![Divulgação / Montagem com fotos da Agência Câmara Divulgação / Montagem com fotos da Agência Câmara](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/8/3/5/8/3/1/5_88ccea456fcd29d/5138538_0f66435d0d93987.jpg?w=700)
Esquerda ou direita, o que é melhor? Proponho pegarmos a ideia central de cada lado, para depois chegarmos a uma resposta. Combinado? Vamos lá.
Pode-se dizer que a direita quer liberdade. Gosto dessa palavra. Um direitista entende que as pessoas são diferentes umas das outras e que, por isso, podem ter aspirações e metas diferentes. Sendo assim, todos devem ser livres para trilhar seus caminhos como quiserem – e é natural que alguns, por méritos próprios, acabem se destacando mais do que outros. O Estado não deve interferir nisso.
Já a esquerda quer igualdade. Boa palavra também. Um esquerdista entende que um ser humano só consegue se destacar com a ajuda dos outros. Um milionário só é milionário porque toda uma coletividade trabalha para isso – desde o estagiário até o caminhoneiro que abastece o estoque. Não é justo, portanto, que quase tudo fique nas mãos de um indivíduo só. O Estado precisa interferir nisso.
O problema da esquerda é que, se você institui a igualdade total, com o mesmo salário, as mesmas posses e a mesma riqueza para todo mundo, a tirania está instalada. Porque a liberdade desaparece: você não pode ser quem gostaria de ser, nem buscar o que gostaria de alcançar. Você é obrigado a ser igual a todos.
Já o problema da direita é que, se você institui a liberdade total, com a certeza de que o mérito e o talento são os únicos critérios para determinar o destino de alguém, aí o senso de igualdade é que vai para o ralo. Neste caso, o pobre é pobre porque quer. Porque não teve competência para deixar de ser pobre.
Eis que, no meio do caminho, surge o centro. Como a direita, o centro acredita na liberdade – inclusive econômica – e também no mérito. Mas, como a esquerda, ele entende que só existe liberdade se houver algum nível de igualdade. Afinal, como alguém será livre para escolher seu futuro se nasceu em um lar sem comida? Como alguém desenvolve seus méritos se largou os estudos para trabalhar?
Por isso, um centrista entende que o Estado precisa garantir igualdade de oportunidades – não de resultados, com todos ganhando o mesmo salário, nada disso. Benefícios sociais, cotas e educação são formas de emparelhar a largada, o ponto de partida de todo mundo – e aí, sim, na linha de chegada, lá na frente, é justo que vença o melhor.
O centro não é um muro entre esquerda e direita, mas uma ponte que liga as duas. É no centro que os governos mais eficientes do Ocidente se firmaram. Está na hora de entendermos: é do centro que o Brasil precisa na eleição de 2026.