
Enquanto o Brasil inteiro celebrava, a capital gaúcha atravessou o feriadão quase em silêncio, sem programação oficial e com pequenas aglomerações espontâneas.
Vale lembrar que ninguém está exigindo dinheiro público no Carnaval: em qualquer lugar do mundo, a prefeitura teria cumprido sua obrigação se oferecesse uma estrutura mínima para a sociedade desfrutar — espaço para a festa, organização do trânsito, segurança da Guarda, banheiros químicos, divulgação de um roteiro.
No vídeo abaixo, reflito sobre o significado mais profundo dessa rejeição ao Carnaval e o que isso diz sobre o espírito de Porto Alegre.
Após o meu comentário, a prefeitura enviou a nota abaixo. Deixo, agora, um elogio: ao fazer uma autocrítica, o governo municipal abandona a postura defensiva e admite a necessidade de evoluir. Essa disposição para ouvir a cidade é fundamental para uma gestão que se empenha em acertar.
"A prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, dentro do princípio de ter o Carnaval da cidade como prerrogativa da sua gestão, irá trabalhar desde já na organização para que os desfiles de blocos de rua do Carnaval 2026 ocorram dentro do calendário oficial do evento. Organização esta que se dará a partir de audiência pública com os integrantes dos blocos, dentro dos princípios democráticos de diálogo que sempre caracterizaram nossa gestão."