Correção: se a proposta dos holandeses fosse colocada em prática, seriam necessários 7,5 mil metros cúbicos de areia, e não 1,5 mil metros cúbicos como publicado entre 15h3min e 17h48min de 20 de agosto. O texto já foi corrigido.
Um ponto que salta aos olhos no relatório dos holandeses está na página 30. Para proteger o Cais Mauá de futuras cheias — já que o Muro da Mauá só protege a cidade a partir da avenida —, o documento sugere uma combinação entre uma estrutura fixa e outra temporária.
A fixa seria um dique, ou seja, um muro de um metro de altura, com 2,5 metros de largura, construído ao longo de toda a extensão do cais, que tem 1,5 quilômetro. Esse muro, claro, ficaria entre o Guaíba e os armazéns, protegendo toda a área do cais que hoje está exposta às enchentes.
Mas um metro de altura é pouco. Se houver risco de uma futura cheia ultrapassar essa medida, os holandeses propõem empilhar sacos de areia em cima de todo o comprimento do novo dique, atingindo uma altura total de três metros — a mesma do Muro da Mauá.
Consultei alguns técnicos de Porto Alegre, não da Holanda, para que avaliassem a viabilidade dessa sugestão. Eles fizeram um cálculo simples, a partir das medidas do dique proposto: seriam necessários 7,5 mil metros cúbicos de areia para preencher todo aquele quilômetro e meio. É muito? Para se ter uma ideia, uma caçamba de caminhão tem, por padrão, capacidade para oito metros cúbicos. Ou seja, precisaríamos de 937,5 caminhões para entrar, manobrar, descarregar e depois sair do Cais Mauá.
Para os técnicos ouvidos pela coluna, opções que já foram sugeridas anteriormente, com estruturas móveis e desmontáveis, seriam mais robustas, seguras e viáveis de executar.