Nove e meia da noite, na Lima com a República, a gente se abanca em uma mesa na rua e chega um engraxate. Ele não pede; ele exige, implora, suplica para engraxar minhas botas, só que minhas botas são de camurça, e aquele troço é para couro. Tento argumentar, ele mal me escuta, pede por favor, diz que tem fome, que tem filhos, que tem dores, que tem aids. Tá bem, dou-lhe R$ 5 e minhas botas viram lixo.
Cidade Baixa
Um bar para 10 pedintes
Em duas horas em uma mesa na rua, recebemos um a cada 12 minutos
Paulo Germano
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