A consolidação e o sucesso de um evento podem ser mensurados pelo nível de atração que exerce nos grupos e públicos para os quais é voltado. É o caso do South Summit Brazil 2025, que se inicia hoje na Capital, com uma extensa programação até sexta-feira, nos armazéns do Cais Mauá. A quarta edição é a que terá o maior número de startups inscritas (2.129), investidores esperados (cerca de 1 mil) e fundos de investimento presentes (150).
Trocas de experiências e as palestras sobre os mais variados temas ligados à inovação, com convidados de todo o país e do Exterior, da mesma forma, servem para inspirar e refletir sobre desafios e dilemas.
Os números crescentes a cada ano demonstram a trajetória exitosa do South Summit Brazil, concebido para promover a inovação e ampliar a visibilidade e as conexões do empreendedorismo de soluções praticado por inúmeras pequenas empresas emergentes do Estado. Firmou-se, sem dúvida, como um dos principais encontros do gênero na América Latina. É oportunidade para as mentes gaúchas inquietas terem contato facilitado com investidores-anjo, aceleradoras e outras companhias maiores da área de tecnologia ou que estão em busca de uma disrupção capaz de tornar seus negócios ou processos mais eficientes.
As trocas de experiências e as palestras sobre os mais variados temas ligados à inovação, com convidados de todo o país e do Exterior, da mesma forma, servem para inspirar e refletir sobre desafios e dilemas. De todos esses aspectos emerge talvez o principal legado do South Summit Brazil, o de fazer com que o Rio Grande do Sul seja reconhecido como ocupante de uma posição de protagonismo no mapa da inovação. O ecossistema gaúcho, afinal, se mostra cada vez mais robustecido, diversificado e descentralizado, com o surgimento de startups, hubs de inovação e parques tecnológicos nos quatro cantos do Estado.
Cinco principais áreas pautam as discussões neste ano: sustentabilidade, digitalização, ecossistema, mudança social e "The Edge" (relacionado à biotecnologia, indústria 5.0 e experiência física e digital). A partir dessas temáticas, os participantes se debruçam nas questões que envolvem inovações tecnológicas, tendências de mercado e desafios globais. Mas os temas centrais da edição deste ano são resiliência climática e reconstrução urbana. Por óbvio estão ligados ao aquecimento global e suas consequências, uma preocupação planetária, mas que inquieta em particular o Rio Grande do Sul e mesmo a Capital, tendo em vista a sequência de eventos extremos, como secas e enchentes, que têm posto à prova a irresignação dos gaúchos, nas cidades e no campo.
O Rio Grande do Sul precisa duplamente da inovação. De um lado, para o desenvolvimento de soluções que ajudem o Estado na adaptação às mudanças climáticas e na mitigação dos seus efeito. De outro, para a estruturação de uma cultura empreendedora criativa, que faça ser esse um novo pilar econômico. Trata-se também de resiliência, mas pelo aspecto da necessidade que o Rio Grande do Sul tem de voltar a trilhar o caminho do progresso socioeconômico, com um ambiente favorável a negócios portadores de futuro, com a retenção e a atração de talentos. Tudo isso passa pelo South Summit, cuja quarta edição também é bem-vinda para recuperar a autoestima abalada pela enchente e voltar a mostrar o potencial de Porto Alegre para receber grandes eventos.