Dois episódios diferentes, um na Venezuela e outro na Bolívia, provocam certo desconforto pelo nonsense típico de um realismo fantástico das melhores e mais instigantes ficções latino-americanas. Na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro acusa seus opositores de "traição à pátria" porque foram à Organização dos Estados Americanos (OEA) reclamar da democracia precária praticada no seu país, com sua ausência de diálogo, violência, opressão e presos políticos injustificáveis. Na Bolívia, o presidente Evo Morales, o homem que vê na carne de frango uma fonte de calvície e homossexualidade, conseguiu se safar, assim como a empresa chinesa CAMC, da acusação de tráfico de influência envolvendo contratos com o governo. Detalhe: foi mantida a acusação de enriquecimento ilícito e tráfico de influência contra a ex-namorada do presidente Gabriela Zapata. Chamem o García Márquez, o Scliar e o Dias Gomes!!!
Chamem o Dias Gomes!
Tristes episódios bolivarianos de um realismo fantástico inesgotável...
Na Venezuela, oposicionistas são acusados de "traidores da pátria" por reclamar mais democracia na OEA. Na Bolívia, presidente Evo Morales se livra de processo, mas, na mesma causa, a ex-namorada ainda é acusada
Léo Gerchmann
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