Este colunista tem conversado com argentinos e percebido uma preocupação: o processo de impeachment no Brasil e a desconfiança generalizada em relação aos próprios políticos poderiam abrir as portas para um quadro de incertezas. O raciocínio é básico: o Brasil é o grande líder regional, e os políticos, em geral, estão em total descrédito, com acusações em seus calcanhares. A institucionalidade brasileira parecia intocável, mas isso parece ter ido por água abaixo. A Argentina é o país que gritava "que se vayan todos" 15 anos atrás. Houve protestos, houve mortes, mas os políticos de então não se foram. Hoje, todas as principais facções políticas vivem um momento tenso. Logo, o futuro é incerto. Sempre é bom lembrar que os sindicatos argentinos provocaram encurtamentos dos mandatos de presidentes como Raúl Alfonsín e Fernando de la Rúa - e não é mera coincidência eles, como Macri, não serem peronistas.
Descontentamento geral
Problemas próprios e o Brasil levam argentinos a projetar suas incertezas
Há 15 anos, população gritava "que se vayan todos". Todos ficaram...
Léo Gerchmann
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