
Lideranças partidárias avaliaram nesta segunda-feira (7) que o ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo não foi suficiente para favorecer a tramitação do projeto de lei da anistia. Na Câmara, deputados influentes do centrão disseram à coluna que a mobilização popular demonstrou mais uma vez que Bolsonaro tem um sólido capital político. Contudo, avaliam que exercer uma pressão pública contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não é uma boa estratégia.
Apesar de Bolsonaro ter apoiado a eleição de Motta e de evitar, em frente às câmeras, qualquer crítica a ele e outras lideranças, a vontade do ex-presidente tem sido manifestada por emissários, que não escondem irritação com a demora em um desfecho.
No domingo, coube ao pastor Silas Malafaia criticar diretamente o presidente da Câmara, acusado por ele de desestimular lideranças a assinarem o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.
Um dos financiadores do ato na Avenida Paulista, o religioso afirmou que Motta envergonha o “honrado povo da Paraíba”, em referência ao Estado natal dele. Nos corredores do Congresso, parlamentares do PL engrossaram as críticas a colegas que ainda não deram aval ao texto.
Com o retorno presencial a Brasília na terça (8), os parlamentares farão uma nova ofensiva para que Motta aceite dar início à tramitação do texto. É cedo para qualquer conclusão sobre o futuro do projeto.
Mas, pelo menos até agora, o entendimento majoritário é de que o presidente da Câmara não vai ceder à pressão, e que o ato convocado por Bolsonaro pode ter feito a tramitação recuar um degrau nas negociações de bastidores.