
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a Brasília na manhã desta terça-feira (25) e se dirigiu diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na primeira fileira da plateia, ele assiste à sessão que analisa a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante a sessão, a distância entre Bolsonaro e os cinco ministros que analisam a ação é de poucos passos.
Além dos advogados, Bolsonaro está acompanhado de aliados, como os deputados Mario Frias (PL-RJ) e Luciano Zucco (PL-RS). Outros parlamentares do partido também foram ao STF e fizeram manifestações de apoio ao ex-presidente.
Ainda no aeroporto, em rápida manifestação à imprensa, Bolsonaro disse esperar por justiça, mas reclamou da condução das investigações.
— Nada se fundamenta nas acusações feitas de forma parcial pela Polícia Federal. Vou estar acompanhando com os advogados agora e, depois, a gente decide o que vai fazer — afirmou.
Nesta fase de análise sobre a aceitação da denúncia, os ministros analisam apenas se há materialidade para abertura da ação penal. Além de Bolsonaro, outros sete ex-integrantes do governo são alvo da acusação e podem virar réus.
Os oito denunciados
Neste primeiro momento, serão analisadas denúncias contra oito investigados. Para a PGR, os denunciados formam o "núcleo crucial" da trama golpista investigada.
Compõem o primeiro grupo:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional);
- Ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos;
- Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, atual deputado federal;
- Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de delação premiada.
Os crimes
A denúncia da PGR aponta que Bolsonaro e seus aliados teriam cometido cinco crimes:
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito
- Golpe de Estado
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima
- Deterioração de patrimônio tombado