
Um dia depois de receber representantes do agronegócio no Palácio Piratini para discutir os problemas do setor, o governador Eduardo Leite passou a terça-feira (25) em Brasília tentando buscar soluções permanentes para questões da agricultura e da pecuária, que vão além do endividamento.
Leite sabe que a securitização da dívida para pagamento em 20 anos, pleiteada pelos produtores rurais, tem trânsito difícil no governo federal. Por isso, quer discutir um leque de alternativas capazes de resguardar os interesses de quem vive da terra e aumentar a produtividade pelo uso intensivo da tecnologia.
Com dados que mostram a estreita relação entre as recorrentes quebras de safra e a queda do PIB gaúcho, Leite vislumbra na irrigação o caminho para evitar que, de tempos em tempos, os produtores precisem pedir a renegociação das dívidas. Um dos pleitos de Leite junto ao governo federal é a ampliação de linhas de crédito subsidiadas para financiar projetos de irrigação. O governo estadual tem o seu programa, mas o Rio Grande do Sul precisa de escala.
Na manhã desta terça-feira, o governador e o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, se reuniram com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion, para discutir as demandas do agronegócio. À tarde, Leite esteve na Confederação Nacional da Agricultura para ampliar as conversas.
— Estamos trabalhando em múltiplas frentes para garantir que o produtor rural gaúcho tenha condições de superar o atual momento de dificuldade e, mais do que isso, para que consiga se preparar para um futuro com mais previsibilidade e sustentabilidade — disse Leite.
Na próxima segunda-feira (31), serão detalhadas as propostas do governo em um novo encontro com líderes do agronegócio e com deputados estaduais e federais, no Piratini.
— Não estamos falando apenas em resolver um problema pontual de endividamento, mas de construir um novo modelo agrícola no Rio Grande do Sul, que seja mais resiliente diante da intensificação dos eventos meteorológicos extremos — reforçou o governador.