
Presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann intensificou contatos nos últimos dias prometendo disposição para um mandato de conciliação na Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
O perfil combativo que marca sua trajetória política ainda lança desconfiança sobre a capacidade de melhorar a relação do governo com o Congresso, que já sofria críticas sob o comando de Alexandre Padilha.
A posse de Gleisi como ministra está marcada para a próxima segunda-feira (10). Além de dedicar os últimos dias à transição para o comando do partido, ela busca pavimentar o caminho para a nova função.
Desde que foi confirmada no cargo pelo presidente Lula, Gleisi fez contatos com os futuros colegas de Esplanada e com várias lideranças do Congresso. Garantiu disposição para respeitar o espaço de cada ministro e empenho para aglutinar forças em torno do projeto do governo.
Internamente, a principal dúvida é sobre o peso que a ministra poderá ter nas decisões finais da política econômica. As divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, são públicas. Algo que tende a ficar ainda mais intenso com a proximidade das eleições e perspectivas ruins para a economia.
Lula escolheu Gleisi para o cargo que era almejado pelo centrão sabendo de tudo isso. Se a futura ministra cumprir a promessa de buscar conciliação, até pode melhorar o desempenho da pauta governista no Congresso. De forma isolada, no entanto, a mudança na SRI dificilmente dará o resultado esperado.
Afinal, a boa vontade de outros partidos não depende apenas do desempenho de Gleisi, mas da disposição do governo em ceder novos espaços de poder.