Ao final de uma semana que exigiu uma intervenção histórica do Banco Central (BC) para conter a disparada do dólar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elogiou a busca de um “equilíbrio” pela autarquia, e ressaltou que não é função do BC mirar uma meta para o câmbio.
— Houve valorização no mundo inteiro, aqui foi maior. Temos que corrigir esta escorregada, não no sentido de mirar uma meta. O sentido em que, na minha opinião, o BC deveria atuar é buscar equilíbrio. Sempre que houver disfuncionalidade no mercado de câmbio e de juros, o BC deve promover correções neste sentido — afirmou.
Em café da manhã com jornalistas, Haddad admitiu que questões internas pesaram para o Brasil sofrer com uma desvalorização maior de sua moeda na comparação com os pares. O ministro creditou parte do problema a um “erro de comunicação” no dia anterior à divulgação do pacote de corte de gastos.
— Penso que agora a tensão se atenue e volte à normalidade. O cenário externo é desafiador, mas temos que prestar atenção na nossa casa — complementou.
O “erro de comunicação” citado é o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil, que gerou desconfiança sobre a sustentabilidade das medidas de compensação. O projeto, segundo Haddad, só será enviado ao Congresso no ano que vem.
Ainda de acordo com o ministrocom os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, de votar o texto apenas com a garantia de neutralidade na arrecadação.