O governo federal enviará uma comitiva para nova visita aos locais atingidos por enchentes no Rio Grande do Sul, na próxima quarta-feira (27). O objetivo é avançar em tratativas sobre os trabalhos de reconstrução, que envolvem, por exemplo, políticas de habitação, assistência social e oferta de crédito sem juros.
A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não visitou o Estado após a tragédia, está sob avaliação.
A viagem foi definida em nova reunião do comitê interministerial coordenado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Em encontro no Palácio do Planalto, nesta quarta (20), já ficou definida a presença dos ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação). Representantes do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil também devem compor a equipe.
Questionado pela imprensa sobre a presença de Lula, Góes disse que o momento da visita ainda será avaliado.
— O presidente uma hora irá ao Rio Grande do Sul, disso não tenho a menor dúvida. Mas só ele, no retorno, poderá falar com mais precisão — afirmou, se referindo à viagem que Lula faz a Nova York, com previsão de chegada ao Brasil na quinta-feira (21).
Até agora, houve duas viagens oficiais do primeiro escalão do governo federal ao Estado. No último dia 10, Alckmin liderou uma comitiva de ministros no Rio Grande do Sul.
A ausência de Lula no Estado, contudo, gerou críticas dos moradores. Ele manteve a agenda na semana da tragédia, participou de reuniões e cerimônias em Brasília e depois viajou à Índia, para um encontro do G-20.
Um dos temas que deve ser detalhado às autoridades gaúchas e moradores na viagem da próxima quarta-feira é a liberação de uma linha de crédito de R$ 1 bilhão pelo BNDES a empresários, comerciantes e empreendedores atingidos. O dinheiro será repassado com juro zero e prazo de carência de dois anos.
— Os ministros retornam ao Vale do Taquari para reuniões de trabalho com os municípios, empreendedores e as entidades. O governo federal tem consciência da urgência na reconstrução. Teremos reuniões temáticas sobre moradia, crédito para os empreendedores, benefícios de assistência social e reconstrução de escolas, por exemplo — explicou o secretário de Comunicação Institucional da Presidência, Maneco Hassen.
O governo também deve levar uma resposta a reivindicações ainda não atendidas, como uma linha de crédito especial a produtores rurais dos municípios em calamidade.