O governo Lula bate cabeça para devolver a aposentados e pensionistas os recursos afanados por uma quadrilha que enriqueceu aos cuidados de parte da direção do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A estimativa do novo buraco cavado sobre o já multibilionário rombo da previdência varia de R$ 4 bilhões a R$ 8 bilhões.
— Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas.
Seria justo se não fosse demorado. Até que seja possível liberar esses recursos, muitos aposentados podem não ter acesso à devida compensação em vida. É preciso encontrar uma solução com a urgência necessária para pessoas que chegam a se endividar sob o estratosférico juro do cartão de crédito para pagar... a conta da farmácia.
A coluna já mostrou que a despesa com previdência social é a maior no orçamento federal. O sexto maior gasto previsto para este ano é o destinado a emendas parlamentares. Para essa comparação, a coluna manteve o valor aprovado, mas lembra que um acordo tenta elevar a dotação de R$ 50,4 bilhões para R$ 58,4 bilhões (veja abaixo).
E vai usar o raciocínio dos patrióticos parlamentares – é uma ironia que pede perdão aos que de fato o são – para propor uma solução. Se a lógica das emendas é garantir votos, o que poderia ter maior potencial do que compensar aposentados e pensionistas do INSS?
A idade média dos beneficiários, conforme o órgão, é de 62 anos para homens e 59 para mulheres. Ainda está longe do voto facultativo aos 70 anos, portanto capaz de render dividendos eleitorais. E com apenas 10% do valor destinado a projetos de utilidade duvidosa, para dizer o mínimo, boa parte dos assaltados pela quadrilha do INSS poderia ter sua restituição. Fica a dica.
Previsões do orçamento de 2025
- Previdência social R$ 1,08 bilhão
- Assistência social R$ 282,9 milhões
- Saúde R$ 234,4 milhões
- Educação R$ 175,4 milhões
- Defesa R$ 95,9 bilhões
- Emendas R$ 50,4 bilhões
Fonte: Câmara dos Deputados
