
O gigantesco apagão que afetou Portugal, Espanha, Andorra e partes de França, Bélgica e Alemanha começou a ser normalizado na Grande Lisboa, mas ainda não há certeza sobre a causa. Pelo alcance incomum, foi acionado o Instituto Nacional de Segurança Cibernética (Incibe) da Espanha – onde aparentemente ocorreu a origem – para investigar a possibilidade de um ataque cibernético.
No início da noite, alguns pontos da Grande Lisboa começaram a ter abastecimento retomado, mas segue não havendo prazo para a normalização total do fornecimento.
A hipótese de cibertaque a sistemas elétricos é um temor real há anos, embora até hoje não tenha ocorrido confirmação desse tipo de episódio, ao menos não da dimensão ocorrida nesta segunda-feira (28). Falhas tecnológicas, como a ocorrida em julho do ano passado com um sistema operacional da Microsoft, também não estão descartadas.
Um ciberataque é o pior pesadelo do sistema elétrico, porque evidencia as fragilidades das redes. Caso tenha ocorrido, há dúvidas, inclusive, se seria admitido por autoridades do setor.
Conforme a empresa que administra o abastecimento em Portugal, a origem seria um fenômeno atmosférico raro, chamado "vibração atmosférica induzida". Na Espanha, o Centro Nacional de Inteligência segue considerando ciberataque como possível causa.
Agora, o mais importante é normalizar o suprimento, até porque europeus não estão "habituados", como os gaúchos, a longos períodos sem energia. Mas depois de tirar os clientes da escuridão, o setor elétrico europeu tem obrigação de dar luz às causas para construir mecanismos eficazes de prevenção.