Um dos painéis do South Summit Brazil 2025 reuniu, na manhã desta quarta-feira (9), o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, o presidente da Randoncorp, Daniel Randon, e o fundador da Be8, Erasmo Battistella.
A jornalista que assina esta coluna mediou a conversa e, no final, quis saber como acompanham o tarifaço de Donald Trump. Como o tempo do painel terminou, só Werneck conseguiu responder, então a coluna traz aqui as respostas de todos — como prometido no final do painel.
Gustavo Werneck, da Gerdau

— Estamos passando por um período de volatilidade e vai continuar assim. O nosso foco deve ser em coisas que temos controle. Todos os especialistas têm dito que, com o fechamento do mercado americano, as exportações chinesas vão encontrar países onde existe nível menor de defesa comercial. Isso nos preocupa ainda mais, porque o aço chinês que entra no Brasil tem subsídio muito grande do governo chinês. Estamos pedindo para o governo federal encontrar mecanismos de defesa que voltem a promover uma competição de igual para igual, isonômica.
Daniel Randon, da Randoncorp

— Não há certeza do que vão ser os próximos meses, então todo mundo está indo para ativos mais seguros. O curto prazo preocupa, agora todo mundo acaba esperando, dando uma segurada em projetos. Olhando para o médio e longo prazo, existe uma tendência de queda do PIB no mundo. Mas, se o Brasil souber navegar, podem surgir mais oportunidades. A briga é entre os cachorros grandes, e os menores podem ter algumas oportunidades.
Erasmo Battistella, da Be8

— Como empresário, não gosto de guerra tarifária, traz muitas incertezas. Mas é fato que mundo, a partir de 2025, será diferente, e nós vamos precisar nos adaptar, fazer ajustes necessários como país e como companhia para continuar sobrevivendo. O Brasil não deve entrar em disputa de tarifa. Deve buscar composições e defender a produção brasileira, sem guerra tarifária.