A aversão ao risco provocada pela guerra mundial de comércio iniciada pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez o dólar voltar a ultrapassar a barreira de R$ 5,90 na manhã desta segunda-feira (3).
No entanto, com a suspensão por um mês da aplicação da cobrança de imposto de importação (tarifa) de 25% sobre o México, o mercado manteve o alívio que se mantém há 11 sessões seguidas – a mais longa em duas décadas –, e a moeda americana recuou mais 0,38%, para R$ 5,815.
Em relação ao conjunto de moedas de países desenvolvidos, no entanto, o dólar avançou cerca de 0,6%, embora também tenha perdido valor (0,8%) ante o peso mexicano.
Ainda houve outro sinal de moderação na política tarifária americana. A previsão é de que comece a ser aplicado nesta terça-feira (4) imposto de importação de 25% sobre produtos do Canadá. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, já anunciou que haverá reciprocidade. e há conversas em progresso entre os dois governos.
Mais cedo, após conversa com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, houve acordo para pausar por um mês a aplicação das tarifas de 25% sobre produtos mexicanos. Em troca, o México deve reforçar a segurança na fronteira com os EUA.
Por que a alta da tarifa valoriza o dólar
- Se ao assumir a presidência dos Estados Unidos Donald Trump elevar o imposto de importação (tariff em inglês), menos produtos estrangeiros vão entrar no país.
- A redução pode diminuir a oferta de mercadorias, com consequente aumento da inflação.
- Com preços em alta, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) terá de ser mais cauteloso na redução do juro.
- Assim, os títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, seguirão remunerando bem e vão atrair investidores financeiros para esses papéis.
- Com alto fluxo de entrada de dólares nos Estados Unidos e saída de mercados emergentes como o Brasil, a moeda americana se fortalece.
*Colaborou João Pedro Cecchini