Há ao menos cinco empresas esperando licença ambiental para começar a buscar petróleo na Bacia de Pelotas, que se estende do litoral sul catarinense às proximidades de Cabo Polônio, no Uruguai, incluindo toda a costa gaúcha.
Conforme o Ibama, o interesse para pesquisa sísmica 3D vem de companhias com sede na Noruega, na França e nos Estados Unidos. Há dois pedidos de licenciamento da WesternGeco, um da Searcher Geodata — além da atividade em operação neste momento — dois da Viridien (ex-CCG), um da PGS e outros quatro da TGS, dos quais um já encaminhado.
Ao todo, há nove pedidos de licenciamento para pesquisa sísmica 3D na Bacia de Pelotas e um na divisa entre as bacias de Pelotas e Santos. João Corrêa, representante da TGS no Brasil, afirma que a empresa não pretende operar na área em que já teve a licença emitida, porque busca outra com maior extensão.
Em nota enviada à coluna, o Ibama diz que o procedimento é comum. Cerca de metade dos pedidos de licenças são descontinuados pelos próprios empreendedores e não resultam em atividade.
A previsão da autarquia é que os cinco processos mais adiantados tenham suas decisões emitidas "nos próximos meses". O Ibama avalia a viabilidade ambiental dos projetos. Solicitações em áreas sobrepostas ou contíguas podem, no entanto, "produzir impactos socioambientais cumulativos e sinérgicos, tornando a análise mais complexa", diz a autarquia.
Os cronogramas das atividades dependem tanto da emissão da licença quanto da disponibilidade de navios. Ou seja, há possibilidade de os trabalhos não ocorrerem de forma simultânea.
O que é sísmica 3D
A sísmica 3D é um exame do subsolo marinho que costuma ser comparada a uma ultrassonografia. Emite ondas de som que "batem" no fundo do mar e "ecoam" de forma diferente conforme a formação geológica. Permite identificar potenciais acumulações de petróleo para identificar locais mais adequados para a perfuração.
Os dados devem ser vendidos aos já envolvidos na exploração da área, como Petrobras e Chevron, por terem vencido o leilão de dezembro de 2023, ou a potenciais interessados em futuras ofertas.
*Colaborou João Pedro Cecchini