Conforme o "consenso do mercado" - explicitado nos resultados do Boletim Focus do Banco Central (BC), que traz as previsões mais frequentes de uma centena de instituições financeiras e consultorias -, em 2024 o juro básico voltará a um dígito.
A projeção se mantém estável nas primeiras três semanas de janeiro: a expectativa da maioria dos consultados é de que a Selic feche o ano em 9%. Nesta segunda-feira (29), ainda não há confirmação para a quarta semana porque a mobilização dos servidores do BC atrasou a publicação do Focus, que só será feita na terça (30).
Como no comunicado da mais recente reunião, em 14 de dezembro passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve o plural ao projetar as próximas decisões, já se sabe: se não houver grandes surpresas, haverá corte de 0,5 ponto percentual na quarta-feira (31) e outra dose igual em 20 de março, para quando está marcada a próxima decisão.
Esses dois próximos cortes levarão a taxa básica a 10,75%. Sem mexer nesse ritmo, haveria mais três tesouradas da mesma "magnitude", como costuma avisar o Copom, e restaria ainda uma poda de 0,25 ponto percentual para 18 de setembro, quando finalmente a Selic chegaria aos esperados 9%. Isso, claro, se não houver sustos no processo de redução da inflação.
O primeiro sinal deste ano veio com sabor agridoce: o IPCA-15 de janeiro veio com um número cheio muito bem-comportado, mas com indícios de que as altas estão mais espalhadas e com núcleos (partes formadas por determinados preços, especialmente os de serviços que variam menos) mais pressionados.