No antigo covil de bandidos que já foi Jackson Hole, no Estado de Wyoming, nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, fez cara de pôquer.
Como se esperava, Powell colocou palavras de peso equivalente no prato da balança do "juro vai continuar subindo" e no do "pode dar uma parada".
— Evidências adicionais de crescimento persistentemente acima da tendência poderão colocar em risco novos progressos na inflação e justificar um maior aperto da política monetária — afirmou, sem deixar de observar que a inflação encolheu, o que é "um desdobramento bem-vindo".
Embora Powell tenha procurado distribuir cartas que justifiquem apostas de parada no patamar atual entre 5,25% e 5,5%, as montanhas ao redor de Jackson Hole ecoaram mais uma de suas frase:
— Estamos preparados para aumentar ainda mais os juros, se for o caso, e pretendemos manter a política monetária em um nível restritivo até estarmos confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção ao nosso objetivo.
No Brasil, a cara de pôquer, associada a uma inesperada elevação do IPCA-15 que ainda não capta o efeito da alta dos combustíveis acautelou investidores e especuladores: dólar mantém estabilidade (fechou com alta mal visível de 0,09%), enquanto a bolsa encerrou o dia com baixa de 1%.