Diante de juro alto e crédito escasso, cresce uma alternativa para financiar empreendimentos imobiliários: o mercado de capitais. A Warren, fintech fundada em Porto Alegre, observa aumento dessa opção de 26% em 2021 para 34% em 2023.
— A Selic alta sempre é restritiva para todas atividades econômicas, especialmente para o segmento de construção. A gente costuma brincar que o principal insumo da obra não é tijolo nem o aço, é o dinheiro — afirma Gustavo Kosnitzer, líder de mercado de capitais da Warren.
A fintech começou a estruturar esse modelo de negócio há cerca de dois anos e meio. Nesse período, fez 12 operações, que somaram R$ 1,5 bilhão em negócios. No Estado, foram três operações com incorporadoras, incluindo obras e compra de terreno, em 2022. Os negócios somaram R$ 110 milhões, número que deve crescer neste ano. Segundo o executivo, flexibilidade é o principal atrativo, porque a operação se molda à necessidade do empreendedor:
— A gente não chega com uma receita de bolo pronta, como é o financiamento tradicional, em que o incorporador tem que se adequar às regras já estabelecidas. Podemos fazer uma operação mais longa. No padrão, o vencimento costuma se fixado para três meses depois do 'habite-se'. Se o empreendedor não está com boa parte vendida para quitar, começa a bater o desespero — relata Kosnitzer.
Nesse tipo de transação, detalha, a taxa parte da taxa real de juros, não da Selic, acrescida do risco da operação. E detalha:
— O custo exato depende de cada operação, mas hoje as operações de mercado estão com taxas muito próximas e, algumas vezes, menores do que as tradicionais bancárias.
* Colaborou Mathias Boni