
Desde que chegou, Borré virou uma das maiores lideranças do Inter. Mesmo que não use a braçadeira de capitão, o colombiano é uma referência para os jovens, um ponto de conversa de Roger Machado e, recentemente, agiu até mesmo para ajudar numa contratação. Isso não surpreende a quem conhece o atacante que, mesmos aos 29 anos e com tanta experiência, ainda tenta aprender com situações pitorescas. Como o Gauchão.
Estreando no Estadual (ano passado, foi contratado após o encerramento do período de inscrições), Borré fez uma imersão para entender o significado desta competição. Estudou, conversou com pessoas e até mesmo visitou comunidades de Porto Alegre. Tudo para ficar próximo da torcida e do público.
A presença do jogador em cidades como Bagé, quase 400 quilômetros distante da Capital, ou até lugares próximos como Novo Hamburgo, mas com estádios menores, tem sido uma espécie de retorno no tempo. Borré comentou sobre essa sensação na entrevista coletiva concedida na sexta-feira (31):
— Sinto como se fosse voltar às origens de todos os jogadores. E também se conectar com as pessoas e com as realidades dos inícios das carreiras. No começo do ano, fiz um trabalho pessoal importante para me reconectar a esses momentos, para estar adaptado e entender o que significa para todos.
Todos, no caso, inclui torcida, dirigentes, companheiros, arbitragem e adversários. Enquanto para o Inter o Gauchão pode ser o início do ano, para muitos oponentes é a chance da temporada. Para torcedores, algo parecido: sabe-se lá quantas vezes um torcedor da Região da Campanha ou do Norte pode ver o Inter de perto. A presença no "futebol de bairro", para usar a expressão do colombiano, ajudou a compreender.
Ativo dentro das quatro linhas e fora delas
Em campo, o camisa 19 entende sua função. Repetiu que não gosta de ficar parado na área e admitiu que não participar do jogo por muito tempo lhe deixa incomodado. É por isso que muitas vezes cai pelos lados ou até volta para ajudar na armação. E é a razão que aponta para que forme, se necessário, uma dupla com Valencia.
— Com Enner temos mais presença na área, a experiência no ataque nos dá muitas opções e situações. Ocupamos a área com um jogador de referência. Roger falou conosco. Quando tivermos tempo para trabalhar, poderemos jogar os dois juntos. Isso vai gerar uma dúvida ao rival, um desconforto de marcar dois atacantes que se movimentam. Essa alternativa vai ser trabalhada — contou.
Borré mostrou também que está atento ao mundo que o circunda. A polêmica pelos pênaltis que o Inter sofreu nas partidas iniciais do Gauchão não lhe traz dor de cabeça. E até apresentou uma explicação sobre as penalidades:
— O VAR está aí para ajudar o árbitro, os outros podem ajudá-lo a rever as situações. Todos os pênaltis foram muito claros. Quando um time ataca muito, propõe jogo, é normal que tenha mais lances na área. Não vamos entrar em polêmica.
E teve ainda o Borré auxiliar do departamento de futebol. O jogador foi fundamental para convencer o compatriota Carbonero a trocar Avellaneda por Porto Alegre. Ao saber do interesse colorado no ponteiro que atuava no Racing, entrou em contato e falou sobre o clube:
— Vínhamos falando há muito tempo, sabia das situações e do que (Carbonero) vivia no Racing, sem poder jogar muito. Um cara tão jovem precisava disso para a carreira estourar. Falei que o Inter era um clube importante no Brasil e, indo bem aqui, mudaria a carreira. Ele assumiu essa responsabilidade e estamos felizes que esteja conosco.
Agora, a ordem é manter o bom aproveitamento e, de preferência, ir às redes. Borré é um dos goleadores do Estadual, com dois gols em três jogos. Como ele mesmo disse, os resultados darão confiança para mudar a mentalidade e tirar o Inter da fila no Gauchão, o primeiro objetivo da temporada, considerado fundamental para o bom andamento de 2025.
A busca pelo objetivo segue neste domingo (2), quando o Inter recebe o Avenida no Beira-Rio, às 20h30min, pela quarta rodada do Estadual.
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