Com um dos motores no Transforma RS, centro colaborativo que completa três anos neste sábado (18), a parceria público-privada no Rio Grande do Sul caminha para a criação de uma agência de desenvolvimento.
O projeto que une governo e universo empresarial deve ser detalhado durante o South Summit, de 29 a 31 de março, e tem com base várias referências internacionais, com ponto de partida na Costa Rica.
Presidente do Transforma RS e das Empresas Randon, Daniel Randon, diz que a ambição da agência é fazer mais do que atrair investimentos, mas atuar na remoção de obstáculos para o crescimento sustentável do Estado. Um dos focos, exemplifica, é a preparação do caminho para a implantação de projetos de hidrogênio verde, que representa uma enorme oportunidade desde que superados grandes desafios.
— Estive em Davos e existe muita expectativa sobre o Brasil, que tem 80% de sua energia de fonte limpa. Existem várias oportunidades, da eletricidade ao hidrogênio, passando pelo etanol. E a agência pode ajudar nisso — diz Randon.
Nos últimos oito anos, avalia o empresário, o Estado teve "uma caminhada importante", na busca do equilíbrio fiscal, na qual o Transforma RS contribuiu nos últimos três. No ano passado, esse centro colaborativo definiu cinco eixos de atuação: gestão pública, educação, desenvolvimento, inovação e turismo.
Buscamos conectar empreendedores e articular pautas positivas, unindo os setores públicos e privados com as universidades. Randon destaca o "investimento forte do Sistema S em educação" - Fiergs e Fecomércio anunciaram cerca de R$ 430 milhões em projetos de reforço ao ensino.
— Nosso trabalho é de longo prazo, passa pelo Pacto pela Educação, que mobiliza setor público e líderes de vários setores para fazer diferente. Quando comparamos dados do Estado com países que mais crescem, vemos que lá fora os jovens ficam na escola várias horas, o que já um diferencial competitivo no longo prazo. Isso se intensifica com a transformação digital. Temos a oportunidade de investir para adequar a nossa educação, agora com tecnologia — observa Randon.
O empresário também destaca o salto recente em inovação do Estado - reconhecido no ranking do Centro de Liderança Pública (CLP) -, resultado de trabalho conjunto entre setor público e privado. Essa é uma das verticais do Transforma, que está engajado em concretizar o potencial gaúcho nessa área.
Ronald Krummenauer, primeiro CEO do Transforma RS que foi reconduzido para mais um mandato, lembra que o centro "nasceu quase junto com a pandemia". Em vez de atrapalhar, sustenta, as circunstâncias permitiram ajudar na definição de protocolos para lidar com a pandemia e atuar para buscar "equilíbrio entre saúde e economia". O trabalho, reforça, não se limita a reuniões periódicas, mas em participação constante e efetiva na identificação de problemas e busca de soluções.