O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Após período de demanda aquecida, o cenário para supermercados carrega alguns pontos de incerteza no começo de 2021. Essa é a avaliação de Antônio Cesa Longo, presidente da Agas, que representa o setor no Rio Grande do Sul.
Um dos pontos que levantam dúvidas é o impacto do fim do auxílio emergencial. Ao longo de 2020, o benefício turbinou a procura por alimentos, pressionando preços.
– Com o auxílio, houve mais renda disponível para consumo. Então, hoje não posso dizer o que vai acontecer no próximo mês. Essa incerteza da pandemia, em qualquer mercado, pode alterar o perfil de consumo – diz o presidente da Agas, entidade que completou 50 anos de atividades no dia 21.
Na região metropolitana de Porto Alegre, o produto com maior alta em 2020 foi o óleo de soja, que ficou 99,15% mais caro. Ou seja, quase dobrou de valor.
O dado faz parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. O índice geral subiu 4,22% na região, conforme o IBGE.
O avanço do dólar torna mais atrativas exportações de matérias-primas, incluindo a soja. Assim, a tendência é de que maior parte da produção seja destinada para vendas internacionais, reduzindo a oferta interna. Resultado: os preços passam a subir.