Com aumento de 29,5% no lucro líquido, de R$ 625,6 milhões no primeiro semestre de 2018 para R$ 655,3 milhões no mesmo período deste ano, o Banrisul se prepara para a redução na taxa básica de juro que precisa ser repassada aos clientes. Ao apresentar o balanço nesta terça-feira (13), o presidente da instituição, Cláudio Coutinho, considerou "positiva" a redução nas taxas, que permite aumentar o volume de empréstimos, porque reduz o custo do financiamento e permite reduzir ainda mais a inadimplência, que na comparação semestral caiu de 3,37% para 2,2% para atrasos acima de 90 dias.
– Os encargos dos clientes ficam menores, o ambiente econômico melhora e, em consequência, a tomada de crédito deve crescer – afirmou Coutinho.
Embora tenha uma avaliação positiva sobre o movimento de redução nas taxas, a direção do Banrisul sabe que, para manter os resultados em alta será preciso fazer um esforço extra, daqui para diante. No primeiro semestre, houve avanço das operações de crédito, mas ainda discreto,
de 7% em relação ao mesmo período de 2018.
Um dos planos para emprestar mais, adiantou Coutinho
à coluna, é reforçar a parceria com o BNDES, não apenas como agente repassador, mas também com atuação conjunta para financiar "grandes projetos" – sim, confirmaram os diretores, há expectativa desse tipo de empreendimento no Estado. A participação do Banrisul no mercado de crédito do Estado, destacou o presidente, chega a quase 50%.
– Temos de devolver a confiança do povo gaúcho, que vê no Banrisul um porto seguro, sob a forma de mais crédito – afirmou Coutinho.
O presidente evitou comentar a venda de ações do Banrisul que representem mais do que o necessário para manter o banco com controle público, prevista para o próximo mês. Segundo Coutinho, quem trata do assunto é o acionista majoritário, ou seja, o governo do Estado. Mas havia entre a diretoria uma certa inquietação com os movimentos de mercado, depois do abalo provocado ontem pela crise argentina.