A primeira reunião oficial do conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República não deve detalhar nesta terça-feira todo o alcance do plano, mais ambicioso do que a previsão de conceder ou privatizar obras e serviços que embutem investimentos de R$ 31 bilhões. Interlocutores do governo, como o gaúcho Wilen Manteli, ficaram de entregar propostas para suas áreas em data posterior.
Segundo Manteli, baseado em sinalizações do governo federal, que quer se mostrar mais amigável à iniciativa privada, há mais segmentos e áreas para inclusão no PPI. Cita como exemplo áreas portuárias em Rio Grande e Porto Alegre que poderiam ser oferecidas ao investimento privado. Mas adverte que não serão contemplados apenas os segmentos tradicionais – portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias. O próprio Temer reiterou que quer privatizar "tudo o que for possível".
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Lembrando que o governo Dilma chegou a oferecer 150 projetos na área de portos para concessão ou privatização, dos quais só três avançaram, Manteli pondera que será necessária revisão severa de regras se a atual gestão quiser transformar o que foi fracasso em sucesso.
O tamanho da ambição no médio prazo pode ser avaliado pelas declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na China, mencionando projetos de US$ 269 bilhões. Como o secretário-executivo do PPI, Moreira Franco, tem feito contatos frequentes com candidatos a investidores, há perspectiva de um anúncio mais sintonizado com suas necessidades e demandas. Mas ainda falta muito detalhe.
A inflexão nesse ponto será tão forte que o governo já filtrou a informação de que pretende até relicitar concessões feitas na gestão Dilma Rousseff. É para resolver o descumprimento de contratos, mas mostra o tamanho da virada no vento nessa área.