A CBF colapsou. A decisão da tarde desta quinta-feira (7) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) de retirar Ednaldo Rodrigues da presidência e nomear um interventor por 30 dias, até que se tenha novas eleições, infringiu uma regra da Fifa.
É fato que a decisão foi em segunda instância, ainda cabe recurso, e os advogados da entidade entrarão com ele. Outro ponto: a CBF está em recesso a partir desta quinta-feira. Quem receberá na entidade o oficial de Justiça notificando da decisão?
Chegando ou não a Ednaldo essa notificação, o fato é que a Fifa proíbe, em seu estatuto, que terceiros interfiram nas decisões das confederações. Quando isso acontece, ela não reconhece a decisão.
Ednaldo tem nos presidentes da Fifa, Gianni Infantino, e da Conmebol, Alejandro Dominguez, aliados muito fortes. Tanto é que ele assumiu a cadeira no Conselho da Fifa, em março. Foi indicado por Domínguez e saudado por Infantino no Congresso realizado em Kigali, sua estreia como ocupante de uma das 36 cadeiras do Conselho. Porém, Ednaldo terá de resolver rapidamente essa questão relacionada à presidência da CBF. Se não, restará aos amigos da alta cúpula aplicar as regras estabelecidas em seu estatuto.
Outro reflexo da decisão do TJRJ impactará na Seleção. Imagina Carlo Ancelotti assistindo a isso tudo direto de Madri, onde a torcida do Real o venera e a imprensa faz quase uma campanha aberta para que ele renove o contrato. O convite para assumir a Seleção fez Ancelotti balançar.
Mas como fica a sua segurança de trocar o maior clube do mundo por um emprego numa entidade cuja disputa pelo poder tem bastidores com dirigentes que vivem às sombras e está nas mãos da Justiça. Se a decisão do TJRJ for mantida, teremos eleições na virada do ano.
E jogo em Madri em fevereiro, no estádio de Ancelotti. Porém, ninguém sabe quem estará na chefia da Seleção. Estamos sem presidente e sem técnico, neste momento.