
Foi um Gre-Nal com cara de Gre-Nal, disputado em cada centímetro, com muita transpiração, alternâncias no controle do jogo, lance polêmico de pênalti e um retrato fiel no placar de 1 a 1.
Mas, mais do que isso, foi o Gre-Nal da ressurreição do Grêmio. O time desconectado e sem energia ficou em Mirassol, no fim da Era Gustavo Quinteros. Os pouco mais de 25 mil gremistas que foram à Arena e apostaram numa retomada foram premiados com um time ligado, interessado o tempo inteiro, fechando espaços e equilibrando forças contra um Inter que mostrava força e solidez.
James Freitas apostou em uma ideia de muita consistência no meio, com Villasanti e Dodi famintos na frente da área e vencendo duelos no meio. Edenilson jogou de intermediária a intermediária. Na direita, Kike foi desequilibrante. Na esquerda, Monsalve fechou o corredor. Assim, o Grêmio fez 1 a 0 no final do primeiro tempo e poderia ter feito o segundo.
O Grêmio foi para o vestiário com mais desarmes, mais duelos vencidos e mais agressividade. Tanto volume e tanta disposição surpreenderam o Inter, que nitidamente não esperava esse cenário.
O cenário só mudou quando Roger mexeu na sua principal peça do tabuleiro de xadrez. Fernando passou a jogar mais recuado, entre os zagueiros, e isso liberou os laterais. Bernabei, de atuação abaixo no primeiro, reapareceu. O Inter passou a ter mais jogadores do meio para a frente e a encontrar espaços para Alan Patrick. Isso aumentou quando Roger trocou os extremas Wesley e Vitinho pelos meias Gabriel e Tabata. Chegou ao empate e equilibrou o clássico. O que se viu depois disso foram dois times esgrimindo e deixando o clássico aberto até o último minuto
Claro que, como todo clássico, não poderia faltar o lance polêmico, em lance de Aguirre derrubando Aravena na área. O VAR chamou, e Bráulio Machado considerou jogada normal. O debate será sem fim e alongará o Gre-Nal que marcou, enfim, o começo de ano do Grêmio em 2025. E manteve o Inter sem perder clássicos e engatando o oitavo sem derrota.