Renato Portaluppi já definiu uma folga mais espichada depois de domingo (11), quando se iniciam 10 dias sem jogos pela data Fifa. O Grêmio conquistou esse privilégio de poder dar um refresco ao grupo. Os resultados e o rendimento melhoraram a partir do Gre-Nal do começo de maio, inclusive com uma nova ideia de jogo. Porém, antes da folga, há uma prova de fogo para o "Plano C" do Grêmio. Enfrentar o Flamengo que, curiosamente, entrou nos eixos também depois de ganhar um clássico, servirá de termômetro este momento do time.
Jorge Sampaolli parece ter encontrado um caminho e encaixou uma equipe com dois jogadores de força e bola no pé no meio, Thiago Maia e Pulgar. São eles os fiadores do grande momento de Gerson.
Aliás, aqui está um capítulo à parte deste Flamengo. O argentino foi arrebatado pelo meia na passagem pelo Olympique de Marselha. Enquanto estiveram juntos lá, Gerson foi um jogador de números e rendimento impressionantes. A saída do técnico, no entanto, coincidiu com sua perda de espaço e de nível.
Sampaolli está longe de ser um sujeito de convívio fácil. Quem trabalhou com ele relata que uma simples conversa é cercada de obstáculos. No Santos, por exemplo, o técnico conversava com pouquíssimos atletas. Quem não estava no seu círculo de confiança tinha de tratar dos assuntos com os auxiliares. Eram eles a ponte para chegar no técnico.
Porém, quando se entra nesse círculo de confiança, a relação passa a ser quase de devoção. É o que acontece neste momento com Gerson. O Flamengo inteiro opera para que ele tenha liberdade para jogar. O que é retribuído em forma de grandes atuações do meio-campista, que resgata seu melhor nível.
Pois esse Flamengo que tem Gérson como seu símbolo se apresenta como o maior desafio gremista neste momento de retomada. Renato perdeu Reinaldo contra o São Paulo. Sua irritação com o terceiro cartão amarelo recebido no domingo se justifica agora, pela dificuldade de montagem do time.
A ideia de contar com Cuiabano na linha mais avançada, à frente do lateral, encaixaria muito bem com o desenho da partida do Maracanã. Como Diogo Barbosa ficará de fora, para evitar que complete o sétimo jogo, Renato tem um buraco no time a ser fechado. Cuiabano deve ser recuado para a lateral. Cristaldo, naturalmente, entraria ali. Mas se trata de um jogo não de controle, mas de reação. Ou Renato começa com ele no domingo, ou terá de tirar mais um coelho da cartola.