
Ronaldinho talvez tenha sido o jogador que mais tenha se aproximado de fazer uma sombra a Pelé. Sabem o que Messi e Cristiano Ronaldo fazem hoje? Ronaldinho, entre 2003 e 2006, no Barcelona, fazia isso e muito mais. Com o acréscimo de um sorriso que fazia dele a estampa da alegria, que poderia ser vendida com facilidade no interior do Camboja ou na 5ª Avenida de Nova York. Por isso é doloroso ver uma imagem construída com magia ser esfarelada por negaceios de quem conduz a vida do ex-craque.
Ronaldinho tinha tudo para inspirar. Como faz hoje Messi, um exemplo de perfeccionismo, e Cristiano Ronaldo, a prova real de que, com dedicação, você pode se tornar melhor — ou até o o melhor dos melhores. Mas fica complicado você apontar para Ronaldinho e sugerir ao seu filho de que tente ser igual a ele. Porque as figuras do supercraque e do homem são indissociáveis.
O episódio dos passaportes adulterados no Paraguai vai além do inexplicável. Basta a carteira de identidade brasileira para que se ingresse no país. Ronaldinho e seu irmão, Assis, são viajados e globalizados o suficiente para saberem que nunca foram, e dificilmente serão, cidadãos paraguaios, com passaportes e carteira de identidade. Esse caso, infelizmente, só pontua uma trajetória manchada por alguns desvios morais. Manchas que nem o brilho mais intenso de um novo Pelé consegue esconder. Uma pena.