
O Juventude conversa com um grupo investidor interessado em transformá-lo em SAF e potencializá-lo no cenário nacional. O interessado seria o Five Eleven Capital, segundo a notícia trazida pelo repórter Tiago Nunes, no Pioneiro.
Trata-se de uma holding criada pelo argentino Martín Ink, empresário que atuou como diretor de investimento e em fusão de empresas e passou a liderar a criação de projetos. O último deles foi o Legends, o maior museu de futebol do mundo, com sedes em Madri e na Arábia.
Alguns dos executivos que embarcam com ele no projeto da Five Eleven têm trajetória na Espanha. O CFO, Jesús Zamorano, trabalhou na La Liga e foi o responsável pela negociação de direitos de TV e da implementação do projeto La Liga-CVC Plan Impulso, em que 38 dos 42 clubes toparam vender 20% dos direitos de TV por 50 anos ao custo de 2 bilhões de euros.
O diretor esportivo do grupo é o também espanhol Antonio Córdon, ex-diretor esportivo do Betis (2020 a 2023) e que estava até julho no comando das decisões de futebol do grupo do grego Evangelos Marinakis, dono do Nottingham, do Olympiacos e do Rio Ave.
A informação trazida pelo Tiago no Pioneiro aponta que o Five Eleven teria dois fundos aportando recursos. O plano é contar com cinco clubes nos seguintes países: Brasil, Bélgica, Inglaterra, Espanha e Portugal.
Questões inegociáveis
O Juventude ainda está em fase inicial de conversas. Deixou claro que patrimônios (estádio e CT) são inegociáveis, assim como símbolos do clube (cor da camisa e escudo, por exemplo).
Em 2018, antes de desembarcar no Bragantino, a Red Bull procurou o Juventude, motivada pelo sucesso da co-gestão do clube com a Parmalat nos anos 1990. Porém, os austríacos queriam mudar escudo e as cores, o que foi recusado de primeira pelo Juventude.
Há um ano, em entrevista para a coluna, o presidente Fábio Pizzamiglio havia admitido o plano traçado para deixar o clube pronto a receber uma SAF. A mesma linha havia sido adotada pelo seu antecessor, Walter Dal Zotto Jr.
Com as finanças organizadas, investimentos contínuos em patrimônio, estabelecido na elite e cultura de formação na base, o Juventude se tornou atraente para investidores. O que pode fazer com que o clube dê o salto definitivo e deixe de ser figurante no futebol brasileiro.