
A espiral negativa do Inter depois da perda da Copa do Brasil segue arrastando cabeças. No começo da tarde desta quinta-feira (28), o clube anunciou a saída do vice de futebol Roberto Melo. Em nota sucinta, de três linhas, noticiou que o dirigente pediu o desligamento do cargo e agradeceu pelos três anos de dedicação.
A saída de Melo é mais uma medida para resgatar o clube da depressão em que se afundou e fez tomar decisões equivocadas, como a demissão de Odair Hellmann sem ter no horizonte um técnico escolhido ou um plano definido para cumprir os últimos dois meses do ano. Os resultados de campo, com vitórias apenas sobre Chape, Avaí, Bahia e Fluminense no returno, e a perda de conexão com os jogadores, cujo rendimento despencou, foram os catalisadores do pedido de demissão de Melo. A conquista de um ponto contra Fortaleza e Goiás, em casa, acabaram apenas como a gota d'água para a saída.
A mudança no comando do futebol, que ficará a cargo do executivo Rodrigo Caetano até o final do ano, também interfere no cenário político do clube. O agora ex-vice de futebol sempre foi o nome mais forte da situação para a sucessão de Marcelo Medeiros, no final de 2020. A partir da perda da final da Copa do Brasil, o nome do vice eleito Alexandre Chaves Barcellos começou a ganhar força. Agora, ele fica como principal figura da atual gestão para a corrida eleitoral.
Melo deixa o Inter depois de três anos em que reconstruiu o vestiário. Montou um grupo praticamente do zero com poucos recursos e, mais do que isso, encaminhou empréstimos e rescisões de mais de 50 atletas nas duas primeiras temporadas, promovendo uma reengenharia para bancar a folha salarial. Mas a conta pela falta de um título foi mais pesada e acabou mandando sua fatura.