O Beira-Rio será palco nesta quarta-feira (24) de uma noite histórica e que repercutirá no futebol brasileiro. Desde as 19h30min, em primeira chamada, o Conselho Deliberativo do Inter vota a denúncia contra Vitório Piffero, Pedro Affatato, Emídio Ferreira e Alexandre Limeira por atos de gestão temerária ou irregular na gestão 2015/2016.
A denúncia é resultado do trabalho de 11 meses de investigação feito pela Comissão Especial, embasado a partir de documentos e da série de reportagens publicadas pelo GDI entre março e junho deste ano. Entre os fatos apontados, estão mais de R$ 10 milhões em adiantamentos no período entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, justificados com notas frias de cinco empresas interligadas.
Pela primeira vez em seus 109 anos, o Inter verá seu Conselho Deliberativo converter-se em órgão julgador. Essa atribuição é um dos reflexos da Lei do Profut, em vigor desde 2015. Para adequar-se ao Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (o Profut), cujo uma das vantagens era refinanciar débitos fiscais, os clubes precisaram alterar seus regulamentos.
A partir disso, seus conselhos deliberativos ganharam poder de órgão julgador para apreciar desvios cometidos por seus dirigentes. É o caso agora do Inter, que será o primeiro a utilizar-se desse novo atributo. Caso condenados, os dirigentes ficarão inelegíveis por 10 anos para cargos eletivos em qualquer entidade esportiva profissional.
Por tudo isso, o Inter viverá uma noite histórica em seus 109 anos de vida, que representará um marco no futebol brasileiro.