
O mercado de trabalho evolui no ritmo das transformações da sociedade e das novas tecnologias. Na infância, todos nós respondemos ao questionamento sobre o que desejaríamos ser quando crescer. As respostas das crianças do século 21, obviamente, não são as mesmas dos seus pais, avós e bisavós. Em homenagem aos trabalhadores que construíram o Rio Grande do Sul, o Almanaque Gaúcho resgata as profissões de 1872, quando foi realizado o primeiro censo oficial no Brasil.
Nas províncias do Império, viviam 9,9 milhões de pessoas, sendo 15% escravizadas. O Rio Grande do Sul somava 434.813 habitantes, sendo 67.791 escravizados. Entre os dados coletados no censo, estava a profissão de homens e mulheres.
Os lavradores formavam o maior grupo profissional na província. No total, 135 mil pessoas trabalhavam na agricultura. A maioria dos escravizados estava neste grupo. Outros 80,9 mil moradores da província eram "criadores", que viviam da criação de gado e outros animais.
Quase 25 mil pessoas atuavam em serviços domésticos. Sem as grandes indústrias, as costureiras faziam as roupas. No total, 27,5 mil mulheres declararam trabalhar com costura.
A província do Rio Grande do Sul tinha 77 médicos, 51 juízes e 36 advogados, todos homens. Na área da saúde, as mulheres faziam os partos. Pelo censo, eram 164 parteiras. Na instrução das crianças trabalhavam 369 professores e professoras. O serviço militar empregava 5,3 mil homens.
O censo trouxe um dado curioso. No total, eram 823 artistas, entre homens e mulheres, incluindo escravizados. Inúmeros ofícios ficaram no passado, como o aguadeiro da foto, que fazia a distribuição de água em um tempo sem redes encanadas. Quais serão as novas profissões e as próximas extintas?