O Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM) faz os visitantes viajarem no tempo e descobrirem as evoluções dos tratamentos de saúde e das doenças. No histórico prédio da Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, inaugurado em 1870, estão em exposição 600 itens. É apenas uma parte dos mais de 30 mil objetos, fotos, livros, documentos, diários e outros materiais do acervo da instituição.
Depois de três meses fechado para reforma na rede elétrica, o museu reabriu ao público com uma novidade, uma mostra sobre as mulheres na medicina. Em visita guiada pelo Dr. Ricardo Nogueira, vice-presidente da Associação dos Amigos do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, e pelas historiadoras Angela Pomatti e Gláucia Külzer, percorri as salas que em outros tempos foram ocupadas por pacientes do hospital.
Inaugurado em 2007, o museu recebe muitas turmas de estudantes. Na entrada da exposição, já descobri o que a criançada mais gosta na visita: o esqueleto do Joaquim. O médico austríaco Gabriel Schlatter trouxe a ossada da França na década de 1920. O nome "Joaquim" foi dado pela família do imigrante que abriu um hospital no município de Feliz, no Vale do Caí. O ilustre esqueleto ganhou até uma reconstrução facial com o uso da tecnologia.
Outra preciosidade do acervo é o Pulmão de Aço, ventilador de pressão negativa. Inventada no final dos anos 1920 nos Estados Unidos, a máquina ficou conhecida por manter vivos pacientes com poliomielite. Ela foi usada em tratamentos de pessoas com quadros graves de insuficiência respiratória. O equipamento chegou a Porto Alegre nos anos 1960, trazido para a Santa Casa pelo Dr. Mário Riggato.
A exposição apresenta outras curiosidades, como um baú de medicamentos fabricado na Alemanha, que era carregado em carroças para tratamento domiciliar. Provavelmente, você ficará assustado ao ver as penas de vacina, que ganharam popularidade nas campanhas contra varíola.
Em uma parede, estão penduradas antigas placas de consultórios médicos. O Dr. Romeu L. Fiorin, por exemplo, era especialista em "doenças de senhoras" e partos. Entre tantos objetos, remexi nas memórias da infância ao ver o vidro do elixir paregórico, que a minha mãe dava para curar dor de barriga.
No espaço de exposições temporárias, é contada a história da tuberculose. O MUHM também preserva o acervo da Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, fundada em 1854. O hospital encerrou suas atividades em 2022.
A visitação é gratuita. Mantido pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), o museu abre de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, na Avenida Independência, número 270, em Porto Alegre. É um passeio para curiosos de todas as idades.