Que vencer a resistência do MDB no Rio Grande do Sul não seria fácil, a senadora Simone Tebet tinha (e tem) absoluta ciência. Nos últimos dias, ela e o diretório nacional têm trabalhado e insistido para que o partido costure uma aliança com o PSDB para a disputa pelo Piratini, o que vem sendo rechaçado pelo diretório estadual que apoia a candidatura própria, de Gabriel Souza.
Nesta segunda-feira, um ofício foi encaminhado pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, ao presidente do partido no RS, Fábio Branco, em mais um capítulo interpretado como pressão explícita para a composição com os tucanos (na chapa de Eduardo Leite).
Apesar de ciente sobre essa dificuldade, Simone, que é pré-candidata à Presidência da República, esperava pelo menos um gesto de uma figura ímpar e importantíssima, em nível estadual e nacional, no MDB: o ex-senador e ex-governador gaúcho Pedro Simon.
Simone é senadora pelo Mato Grosso do Sul, eleita em 2014, e nunca escondeu seu carinho e admiração por Simon. Não foram poucas as vezes que os dois trocaram elogios públicos. A pessoas próximas, Simone demonstra orgulho em dizer que o senador a tem como uma "filha" e por isso ela imaginava que pudesse contar com um gesto mais aberto em favor dela e da costura com o PSDB, já que esta aproximação foi colocada como um ponto importante para a aliança nacional.
Aliás, em 2014, quando Simon se despediu do Senado, a própria Simone tomou a decisão de abrigar parte da equipe que havia trabalhado com o senador gaúcho em seu gabinete, já que ela estava chegando para iniciar o mandato.
Nos bastidores, pessoas próximas à senadora confidenciaram à coluna sobre essa esperança de Simone, de que ela achava que o senador gaúcho "faria isso por ela". Mas oficialmente, claro, a senadora jamais fará essa cobrança.