Ele venceu o câncer não uma, mas duas vezes. A primeira delas, aos nove anos. Foi quando perdeu uma das pernas e passou a conviver com a realidade de ser uma pessoa com deficiência.
Economista, se tornou referência no setor de energia, após sucessivas experiências na iniciativa privada, e hoje é presidente da estatal gaúcha responsável por gerar e distribuir energia para grande parte da população do Estado. Em que pese as dívidas trabalhistas, a CEEE vale cerca de R$ 3,4 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões de sua unidade de geração e transmissão, segundo dados da Refinitiv divulgados pela revista Época.
Marco Soligo contou sobre a experiência à Rádio Gaúcha e disse ter sido praticamente um "milagre" ter sobrevivido.
— Eu tive câncer duas vezes. A primeira vez com nove anos, quando perdi a perna, e a outra vez com 46 anos. Foi quase que um milagre ter sobrevivido, então, pensei: vou trabalhar. Quero colocar, acho importante reconhecer, a coragem do governador em me convidar (...) Não conheço no setor elétrico um presidente de empresa com deficiência — desabafou.
Hoje com 51 anos, Soligo é formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), tem MBA em Administração e Gestão, com concentração em Marketing, pela Universidade Católica da Lovaina, na Bélgica, e especialização em Direito Societário pela FGV-SP. O currículo, divulgado pelo Piratini, destaca sua experiência no setor energético, em que se destacam passagens pela CPFL Energia, uma das maiores do país, onde ficou seis anos e meio, e depois pela Rio Grande Energia (RGE), por mais dois anos.
— Não é fácil um deficiente físico chegar nessa posição. Também é uma questão de reconhecimento. O governador e o secretário Artur Lemos não se importaram e eu quero retribuir a eles e à toda sociedade. Um câncer ou uma doença grave é como um jogo de tênis. Cada ponto conta e você precisa nunca desistir. Se você tiver muita coragem e sorte, com a ciência, tecnologia e muitos remédios você sobrevive. Eu tive alta agora em novembro. Eu consegui, sobrevivi.