Já ouviu falar em sambal oelek? Confesso que não fazia ideia do que se tratava, até saber que é uma tendência global na gastronomia em 2025 — e descobrir que dá para provar a iguaria em Porto Alegre.
Para paladares "aventureiros"
A projeção está no último relatório da WGSN (ou Worth Global Style Network), uma das mais badaladas empresas de tendências do mundo (com escritórios em Londres, Nova York, Hong Kong e São Paulo). De acordo com a previsão, a busca por uma "despensa global" será um dos desejos em alta na cozinha neste ano.
Metade dos norte-americanos, segundo a WGSN, busca novas experiências culinárias e, 58% deles apostam em temperos e condimentos exóticos. Vale, também, para outros países.
Com a Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010) e os Millennials (entre 1980 e 1995) explorando cada vez mais novas culturas, o jeito de comer e cozinhar também está se transformando, dependendo das condições financeiras de cada um.
Na lista, entram a salsa macha mexicana, o chili crisp chinês, a maionese japonesa yuzu koshu, o mojo rojo das Ilhas Canárias e ele: o sambal indonésio, que experimentei na última semana na Capital.
Provei e aprovei
Em Porto Alegre, existe ao menos um restaurante que já adota o sambal em alguns pratos antes mesmo de se tornar "tendência global". Trata-se do Asiana, do chef Victor Jongh, no bairro Moinhos de Vento (e que funciona também em Xangri-lá na temporada de verão). Lá, o ingrediente é usado há cinco anos, desde a abertura da casa, em 2020.
Especializado na gastronomia do sudeste asiático, Jongh criou uma versão adaptada ao paladar brasileiro (com menos pimenta) de um prato indonésio chamado Nasi Goreng. A iguaria é preparada com arroz frito com frango, legumes e verduras (como cebola roxa em conserva, folha de mostarda, pepino, tomate cereja, cebolinha verde e ervilha torta), além de ovo cozido à perfeição (que "explode" quando você corta), shoyu doce, chili oil e sambal.
Mas, afinal, do que se trata?
Em resumo, o sambal é uma pasta de pimenta com uma mistura de sabores. Além o ingrediente principal, ela leva alho, capim-cidró, gengibre, molho de peixe, açúcar de palmeira, tamarindo e cebola roxa.
Tudo isso é cozido lentamente até se reduzir e virar um creme adocicado, picante e um pouco amargo, que pode ser consumido como acompanhamento (para "molhar" um petisco, por exemplo, tipo camarão crocante) ou como base para outros pratos, no caso do Nasi Goreng, que eu provei.
— Descobri o sambal pesquisando muito e testando. Sempre trabalhei com a cozinha tailandesa, mas quis explorar mais a gastronomia do sudeste asiático. Foi assim que a Indonésia entrou no menu. O país tem pratos totalmente diferentes dos tailandeses e muito ricos. Muita gente ainda está conhecendo esses sabores. Nós incorporamos ao cardápio desde sempre — diz Jongh.
Se eu aprovei o sambal e o Nasi Goreng? Sim e comeria de novo. Recomendo a experiência, inclusive para quem não tem o paladar acostumado à culinária indonésia. O prato sai por R$ 98.